Publicado em 12/05/2010

“Em poucas horas, a quantidade de computadores infectados era maior que a de um dia inteiro”, lembra Paul Fletcher, membro da equipe na época e, agora, arquiteto chefe do software de serviços de hospedagem da Symantec. “Foi o primeiro sinal de que algo estava acontecendo”.
O problema ganhou nome: LoveBug. Milhões de pessoas haviam recebido mensagens infectadas de usuários de sua própria lista de contatos com o insinuante assunto: “ILoveYou”. Bastava abrir o anexo, "LOVE-LETTER-FOR-YOU.TXT.vbs", para que o computador tivesse seus arquivos apagados ou substituídos.
Além disso, o vírus forçava o sistema a enviar o mesmo e-mail para toda a lista de endereços do novo infectado, espalhando-se por pouco menos de 45 milhões de contas em alguns dias.“Jamais havíamos visto algo assim”, confidenciou Fletcher. “Não sabíamos que iríamos deter esse vírus aquele dia; ninguém sabia nem que ele existia”.
Nova Era
O LoveBug era um vírus como os das antigas, chamava muita atenção, mas não tencionava ganho financeiro. “Era mais um vândalo que um criminoso perigoso”.
No entanto, o worm foi o pioneiro de uma nova era, explica o especialista. Hoje em dia, os ataques comumente instalam um malware que se esconde no sistema para obter informações confidenciais. Para seduzir a vítima a clicar no arquivo infectado, os hackers se utilizam de sofisticados embustes sociais, algo que o LoveBug fez no longínquo ano 2000, quando o e-mail ainda estava se tornando uma importante ferramenta para os negócios.
“Foi aí que os criminosos começaram a enxergar a internet como um espaço eficaz para atividades ilegais. O malware se tornou um meio para um fim ainda maior, como a distribuição de outras pragas como trojans e spywares”.
Atualmente, os ataques estão ainda mais complexos. “Deve-se ter muito cuidado não só com o e-mail, mas com o tráfego da internet também. Você pode receber uma mensagem que não tem nada dentro, mas há um link que te direciona para um site onde um malware será instalado. O objetivo final é o ganho financeiro”, conclui Fletcher.