23 de janeiro de 2013

Tablets na CES 2013: todas as formas, tamanhos e sistemas operacionais

Fabricantes aprimoram o hardware e apostam em nichos para se diferenciar em um mercado cada vez mais disputado
É oficial: estamos na era dos tablets, e parece que 2013 será um grande ano para eles. Tablets apareceram de todas as formas durante a CES e estavam em praticamente qualquer lugar para onde você olhasse. E curiosamente, os modelos mais inovadores e dignos de nota estavam rodando o Windows 8, e não o Android.
Tablets também foram o foco de discussões entre os fabricantes de componentes. Cada anúncio de um novo chip envolvia uma disputa por posições no mercado, e mesmo os fabricantes de memória celebravam o fato de que os tablets estão aumentando a demanda por memória flash.
De certa forma, a feira foi marcada tanto pela ausência de grandes lançamentos quanto pelo que foi mostrado por empresas como a Archos, Coby, Efun, Fuhu, Panasonic, Polaroid, Razer, Vivitar e Vizio. Ouvimos muito sobre novos processadores para dispositivos móveis, mas produtos equipados com eles ainda não estavam prontos. Esta desconexão explica porque os produtos mais intrigantes anunciados usam processadores já existentes, como o Nvidia Tegra 3 ou o Snapdragon S4 da Qualcomm, e focam em designs inovadores, como o Transformer All-In-One da ASUS e o protótipo com tela de 20 polegadas da Panasonic.

A ascensão dos tablets com Windows 8

Uma das surpresas foi ver quantos tablets interessantes usam o Windows 8. E nenhum deles usa o Windows RT em um processador ARM: em vez disso, todos eram baseados em processadores x86, seja um Intel Atom ou Core, ou o AMD Z60 (no caso do tablet Windows 8 da Vizio). Até o Surface Pro, da Microsoft, fez uma aparição perante a imprensa, e seu lançamento no final deste mês deve aumentar o interesse em tablets com Windows.
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Microsoft Surface Pro: teclado opcional e caneta, com chip Intel e Windows 8 
Entretanto, esta nova onda de tablets com Windows não está mais fina ou mais leve que os antecessores. O MT11x, da Vizio, parece ser uma exceção, embora a fabricante não tenha oferecido detalhes quanto ao peso e dimensões.

 

 

 

 

Tablets especializados amadurecem

Durante a CES 2013 vimos toneladas de tablets voltados a audiências específicas. E conversando com os fabricantes, incluindo gerentes de produto da Archos e da Panasonic, ficou claro que estes tablets “de nicho” são uma subcategoria em crescimento.
A Panasonic, por exemplo, expandiu sua linha Toughpad de tablets resistentes. Voltados para empresas e com preços a partir de US$ 1.299, eles são resistentes a água, poeira e impactos e estão preparados para funcionar sob as mais hostis condições climáticas.
Tablets para gamers também estão crescendo. A Razer mostrou seu modelo com Windows 8, chamado Edge, e a Archos levou o GamePad, um pequeno tablet Android com um gamepad integrado. O WikiPad estava ausente na feira, embora teoricamente ainda em desenvolvimento.
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Nabi XD: Android para crianças
Tablets para crianças também tiveram um destaque. A Fuhu mostrou o Nabi XD e o Nabi Jr, dois tablets Android que tem interfaces, design e apps voltados a um público mais jovem. A Polaroid tinha um tablet para crianças à mostra, com botões grandes e emborrachados e um corpo mais resistente que o usual. E a Vivitar mostrou um tablet com tela de 7” muito parecido com o Nexus 7, produzido em parceria com a Fundação OLPC. Chamado XO Tablet, ele é uma melhoria drástica em relação ao “tablet” que a OLPC mostrou no ano passado, e visa oferecer experiências educacionais focadas através de software especializado disponível em inglês e espanhol.

O que esperar dos tablets em 2013

Depois de vasculhar o pavilhão de exposições, visitando desde os grandes fabricantes até as empresas na Ásia que produzem tablets vendidos sob outras marcas, as tendências para este ano ficam rapidamente óbvias.
Para começo de conversa, o Android “Jelly Bean” vai se tornar comum entre os tablets com o sistema da Google: praticamente todos eles rodavam a versão 4.1.1. Esta é uma versão que ainda não reflete as mudanças na interface introduzidas na versão 4.2: os botões de navegação continuam alinhados à esquerda no rodapé da tela, com a barra de notificação e o relógio alinhados à direita.
Já quanto às “entranhas” dos tablets, ainda vimos modelos com processadores ARM single-core aqui na CES, oferecidos por fabricantes asiáticos nos fundos dos pavilhões. Estes modelos geralmente tem telas de baixa resolução, não tem acesso ao Google Play e no geral mancham a reputação da categoria.
Mas os compradores estão ficando conscientes dos sacrifícios envolvidos nesses tablets baratinhos, e os vários fabricantes com quem conversei na feira estão cada vez mais conscientes da necessidade de dar um passo além da concorrência para poder competir. Com isso, muitos dos tablets que chegarão ao mercado em breve terão designs mais finos, leves e com telas de resolução mais alta.
Também tenho ouvido que a certificação junto ao Google é, na prática, um requisito para que os fabricantes possam vender seus aparelhos nos Estados Unidos, algo que acabará se refletindo também nos modelos vendidos em outras partes do mundo. Tablets sem a loja Google Play e serviços como Maps e GMail integrados simplesmente não são competitivos, e portanto não são algo que as lojas querem oferecer. Todos os novos tablets da Coby, por exemplo, são certificados (os modelos com tela de 7” mostrados na CES já tinham a certificação, em outros ela estava “pendente”), bem como os modelos da Archos e Efun.
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Archos GamePad: controles para games integrados
Algo similar acontece com o avanço nas especificações técnicas. Modelos dual-core e até mesmo quad-core serão comuns, com 1GB de memória RAM, em vez dos 512 MB atuais, mesmo nos mais baratos. E espere ver mais telas de 7 polegadas com resolução de 1280 x 800 pixels (HD): até mesmo a Polaroid planeja um modelo de US$ 99 com uma tela nesta resolução.
Ainda assim, os preços das telas parecem se manter altos o suficiente para que os modelos com telas de 10 polegadas também se mantenham nessa resolução, embora a Archos e a Vizio ousem desafiar a tendência. A Archos tem uma belíssima tela IPS de 9.7 polegadas e resolução de 2048 x 1536 pixels (a mesma do iPad) no seu tablet 97 Platinum, e a Vizio mostrou um tablet com tela de 10.1 polegadas e resolução de 2560 x 1600 pixels, a mesma do Nexus 10 da Google. Mas embora processadores e telas estejam avançando, os fabricantes continuam mesquinhos quanto à memória interna: você verá muitos modelos de baixo custo com 8 GB, e 16 GB nos modelos “mainstream”
Não ouvimos muita coisa sobre a adoção de sistemas de recarga sem fios em tablets. E a discussão sobre NFC foi mínima, embora a Fuhu esteja incluindo a tecnologia em seu tablet infantil Nabi XD. Esperamos ver mais tablets com suporte a MHL, uma interface para conexão a TVs de alta-definição que aos poucos vem ganhando espaço, embora a adoção seja mais rápida fora dos estados unidos.

A guerra dos processadores móveis

A CES 2013 também foi palco do lançamento de várias plataformas nas quais serão baseados tablets que não foram apresentados na feira, mas que surgirão nos próximos meses. Os dispositivos móveis, especialmente os tablets, estão marchando rumo a uma guerra de especificações técnicas, com os fabricantes se enfrentando em busca de participação no mercado ou pelo direito de se gabar em ter o processador com o menor consumo de energia e maior autonomia de bateria.
A Nvidia lançou seu processador Tegra 4 durante a feira, mas não anunciou nenhum produto que irá usá-lo, com a exceção de seu próprio console portátil, de codinome Project Shield. O Tegra 4 ainda é um processador quad-core, mas agora é baseado na arquitetura ARM Cortex-A15 e equipado com 72 “núcleos gráficos” baseados na tecnologia das GPUs GeForce. Com isso ele é mais rápido em tarefas do dia-a-dia (como o carregamento de páginas web) e segundo a fabricante consome 45% menos energia que o Tegra 3, seu antecessor. Mas ainda teremos que esperar por detalhes como números de autonomia de bateria e velocidade de clock.
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Nvidia Tegra 4: consumo de energia até 45% menor que o antecessor
Há rumores de que durante o Mobile World Congress, que acontece em Fevereiro em Barcelona, veremos novidades sobre tablets com o Tegra 4. Só um deles apareceu durante a CES - um modelo com tela de 10.1 polegadas e alta-resolução produzido pela Vizio - e ainda era um protótipo, sem um design finalizado, quanto mais preço ou data de lançamento.
Já a Qualcomm anunciou os sucessores da família Snapdragon S4, os processadores Snapdragon 600 e Snapdragon 800, que devem aparecer em produtos no final deste ano. A Samsung apresentou o Exynos 5 Octa, um processador com oito núcleos (4 de alto desempenho, 4 de baixo consumo) que deve aparecer em tablets neste ano e, segundo executivos da empresa, pode consumir até 70% menos energia do que os Exynos atuais. E entre os processadores x86 a Intel anunciou a linha “Clover Trail Plus” e a AMD falou sobre o Temash, sucessor do Z60 “Hondo” que foi lançado em 2012.
E isso é só o começo. Se preparem, porque à medida em que mais tablets forem lançados durante o ano, a guerra dos chips vai esquentar.





























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